quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Longe Ficou Perto


               Vejo de longe as forças do vento de agosto, sem presa nem medo, hoje acredito nas coisas e no tempo. Tudo existe e tudo é verdade, não existem mentiras apenas verdades, apenas uma mentira. Também não existem verdades, apenas mentiras e apenas uma verdade. Mas tudo é vazio em realidade, e tudo existe nele, ao mesmo tempo em que deixa de existir. E tudo é liquido quando deveria não ser, porque tudo deveria ser solido ainda que fluindo como liquido. Hoje acredito nas coisas e nas mentiras que me contam, pois muitas verdades se escondem nelas. Não quero nada ainda que esperem muito de mim. Creio em Deus e peço unicamente que se faça a sua vontade, mas também imploro a minha mãe que convença meu pai de minhas vontades. Talvez assim se faça um bom filho? Aprendo a fluir quando aprendo a navegar pelas infinitas veias da mentira. Deus, diga-me como posso lhe agradecer isso que sinto em meu peito e que bate a cada instante, feito chama que queima tudo que não é ela mesma, cedo ou tarde. Peço a ti, coisa fria e inexistente, que não me proteja de meus inimigos que me batem nas costas e apertam minha mão. Mas que antes lhes permita cravarem a adaga nos meus muitos peitos. Pois esta é a estação da morte.  

Filipe Zander 

2 comentários:

  1. A beleza puríssima,profunda...aqui fez sua doce morada...Aqui é precioso.

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  2. Ainda que não queiras que esperem muito de ti já tens muito a oferecer.

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