quinta-feira, 14 de abril de 2011

Seresta Sertaneja

Nos raios de luz de um beijo puro
me estremeço e eis-me a navegar
por cerúleas regiões
onde ao avaro e ao impuro não é dado entrar
tresloucado cavaleiro andante
a vasculhar espaços
de extintos céus
num confronto derradeiro
venci prometeu, anjo do mal
o mais cruel
acusador de meus irmãos

nestes mundos dissipados
magas entidades dotam o corpo meu
de poderes encantados
mágicos sentidos
na razão dos céus
pois fundir o espaço e o tempo
vencer as tentações rasteiras
do instinto animal
só é dado a quem vê no amor
o único portal

Através de infindas sendas
vias estelares um cordel de luz
trago atado ao umbigo ainda
pois não transmudei-me ao reino dos cristais
apois Deus acorrentou os sábios
na prisão escura das três dimensões
e escravizados desde então
a serviço dos maus
vivem a mentir
vivem a enganar
a iludir os corações

Visitante das estrelas
hóspede celeste visões ancestrais
me torturam pois ao tê-las
quebra o encanto e torno ao mundo de meus pais

À minha origem planetária
enfrentar a mansão da morte do pranto e da dor
donzela fecha esta janela
e não me tentes mais

Composição Elomar Figueira Mello

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