domingo, 3 de abril de 2011

Egoísmo

Fui sozinho à minha entrevista,
Quem é esse que me segue
na escuridão calada?

Afasto-me para ele passar,
mas não passa.

Seu andar soberbo
levanta poeira,
sua voz forte
duplica a minha palavra.

Senhor,
é o meu pobre eu!
Ele não se importa com nada.
Mas como sinto vergonha
por ter de vir com ele
à tua porta!


Autor: Rabindranath Tagore,
in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões

3 comentários:

  1. gostei dessa e vou postar ela tbm
    deixo aqui uma outra contribuição
    que acho que tem a ver com esse assunto:
    abraço!


    "Vida na poesia"


    Grato por ser um instrumento da paz
    do conhecimento e da elevação do bem estar
    e zelar pela Harmonia que lhe é inerente

    A intimidade é o sentimento mais raro e sincero
    comungado entre duas pessoas
    É a preciosidade que brota do Ser que ama e confia
    Uma entrega sem reservar
    Oferecimento sem interesses

    É fruto mesmo do conhecimento de si
    da liberdade do ser e da confiança no próximo

    Falamos de alma para alma
    como as pupilas dos nossos olhos
    Assim como somos
    E para isso é preciso se despojar
    de toda vergonha, medo ou orgulho.

    É necessário a confissão sincera como ponto de partida
    para a inclusão do existente em tua própria vida,
    em teu caminho e na tua filosofia.
    Não estenda sobre ti o ponto de chegada
    para que não afaste nem dependa da atenção alheia.
    Antes pense no próximo e busque a comunhão santa.
    Abandone os arrodeios e falatórios banais e dispersivos
    Assim, livre de comparações, compensações e justificativas,
    entre no estado de serenidade - olho no olho
    estabelecendo a medida correta da afeição

    Para isso é preciso vida interior enriquecida,
    leveza e desprendimento
    e permitir-se um pouco de encanto
    como quem é criança para o mundo
    desabrochar-se em poesia

    Na simplicidade de uma confissão sincera
    para Deus porém somos adultos
    sem os extremos da auto-piedade que se consome
    e da exaltação imaginativa idealizada que se jacta em vão
    é assim que nos balanceamos em Retidão e Verdade

    Equanimidade é a harmonia do compasso
    da alma que caminha equânime
    no ânimo de tua própria identidade

    Não se trata de privar a si próprio
    ou negar a si mesmo
    Apenas deixe que os frutos apodrecidos
    se soltem de seus ramos
    para servirem de adubo às raízes

    Se não salgarmos com o sal
    o tempero da vida
    o que nos restará diante dela?

    desfrute com sabedoria
    em quanto há tempo e companhia
    desses encontros ao redor
    porque somos filhos e herdeiros
    de um reino maior

    É preciso na poesia: verdade, amor, vida interior e música.
    para que tudo não acabe em um mero cenário festivo
    purpurinas, fogos ornamentais, brilhos, bebidas, odores, comidas, melodias e belezas
    porém, apenas um cenário agradável aos sentidos
    murcho, sem vida, de plástico, ao relento, oco, vazio...

    guto (04/2011)

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  2. Belo Poema Meu amigo!
    Logo também será postado...

    Se tiver mais mande para meu email: remonattodoug@gmail.com

    grande abraço Guto

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  3. Carambe ainda não tinha lido este poema, muito legal ele

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