Fui sozinho à minha entrevista,
Quem é esse que me segue
na escuridão calada?
Afasto-me para ele passar,
mas não passa.
Seu andar soberbo
levanta poeira,
sua voz forte
duplica a minha palavra.
Senhor,
é o meu pobre eu!
Ele não se importa com nada.
Mas como sinto vergonha
por ter de vir com ele
à tua porta!
Autor: Rabindranath Tagore,
in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões
gostei dessa e vou postar ela tbm
ResponderEliminardeixo aqui uma outra contribuição
que acho que tem a ver com esse assunto:
abraço!
"Vida na poesia"
Grato por ser um instrumento da paz
do conhecimento e da elevação do bem estar
e zelar pela Harmonia que lhe é inerente
A intimidade é o sentimento mais raro e sincero
comungado entre duas pessoas
É a preciosidade que brota do Ser que ama e confia
Uma entrega sem reservar
Oferecimento sem interesses
É fruto mesmo do conhecimento de si
da liberdade do ser e da confiança no próximo
Falamos de alma para alma
como as pupilas dos nossos olhos
Assim como somos
E para isso é preciso se despojar
de toda vergonha, medo ou orgulho.
É necessário a confissão sincera como ponto de partida
para a inclusão do existente em tua própria vida,
em teu caminho e na tua filosofia.
Não estenda sobre ti o ponto de chegada
para que não afaste nem dependa da atenção alheia.
Antes pense no próximo e busque a comunhão santa.
Abandone os arrodeios e falatórios banais e dispersivos
Assim, livre de comparações, compensações e justificativas,
entre no estado de serenidade - olho no olho
estabelecendo a medida correta da afeição
Para isso é preciso vida interior enriquecida,
leveza e desprendimento
e permitir-se um pouco de encanto
como quem é criança para o mundo
desabrochar-se em poesia
Na simplicidade de uma confissão sincera
para Deus porém somos adultos
sem os extremos da auto-piedade que se consome
e da exaltação imaginativa idealizada que se jacta em vão
é assim que nos balanceamos em Retidão e Verdade
Equanimidade é a harmonia do compasso
da alma que caminha equânime
no ânimo de tua própria identidade
Não se trata de privar a si próprio
ou negar a si mesmo
Apenas deixe que os frutos apodrecidos
se soltem de seus ramos
para servirem de adubo às raízes
Se não salgarmos com o sal
o tempero da vida
o que nos restará diante dela?
desfrute com sabedoria
em quanto há tempo e companhia
desses encontros ao redor
porque somos filhos e herdeiros
de um reino maior
É preciso na poesia: verdade, amor, vida interior e música.
para que tudo não acabe em um mero cenário festivo
purpurinas, fogos ornamentais, brilhos, bebidas, odores, comidas, melodias e belezas
porém, apenas um cenário agradável aos sentidos
murcho, sem vida, de plástico, ao relento, oco, vazio...
guto (04/2011)
Belo Poema Meu amigo!
ResponderEliminarLogo também será postado...
Se tiver mais mande para meu email: remonattodoug@gmail.com
grande abraço Guto
Carambe ainda não tinha lido este poema, muito legal ele
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