quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Prisão do Orgulho



Choro, metido na masmorra
do meu nome.

Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.

Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.

E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.


Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera" 
Tradução de Manuel Simões

Sem comentários:

Enviar um comentário