Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direcção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que,
em Cada momento,
Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
"Ao Deus desconhecido”.
Seu, sou eu,
embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Seu, sou eu,
não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer,
quero servir só a Ti.
Autor: Friedrich Nietzsche
tradução feita por Leonardo Boff
Sem comentários:
Enviar um comentário